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5G no Brasil: 2022 é o ano!

5G no Brasil é a nova geração de internet móvel, uma evolução da conexão 4G atual.

A promessa é que ela trará mais velocidade para baixar e enviar arquivos, reduzirá o tempo de resposta entre diferentes dispositivos e tornará as conexões mais estáveis.


Essa evolução da rede vai permitir conectar muitos objetos à internet ao mesmo tempo: celular, carro, semáforo, relógio… Tudo isso já pode ser ligado ao 4G, mas é esperada uma melhoria na conexão.

O 5G no Brasil veio para ficar. O leilão realizado pela Anatel na primeira semana de novembro de 2021 foi o primeiro passo para a implementação dessa rede no Brasil. Grandes cidades do país já deverão ter acesso à rede até julho de 2022 e, então, a expansão do 5G no Brasil vai continuar pelo interior. Mas isso não significa que o 3G e o 4G serão esquecidos.

Muito pelo contrário: os três tipos de rede vão conviver, dependendo da localidade, da demanda e da estratégia de mercado de cada operadora.

A implementação da quinta geração da rede de internet será mais rápida do que aconteceu com o 4G. Essa nova rede também terá tipos diferentes, cada um com sua característica.

É difícil falar em padrão de velocidade, por causa de fatores dinâmicos, como o processo da operadora, a localização do sinal e o número de usuários na rede. De forma geral, o 5G é 20 vezes mais rápido que o 4G, e sua rede consegue suportar até 1 milhão de aparelhos conectados, enquanto o 4G segura apenas 10 mil.

5G

Mas e o 5G que já estava aqui?

Algumas operadoras já fazem propagandas sobre o 5G no Brasil a algum tempo, mas esse ainda não é o 5G “puro”. Na verdade, a tecnologia oferecida atualmente é o 5G DSS (Compartilhamento Dinâmico de Espectro, da sigla em inglês), que funciona como transição entre a quarta e a quinta geração da rede.

Essa tecnologia usa as mesmas frequências do 4G e oferece uma velocidade maior, mas não chega a entregar o potencial máximo do 5G.

“Essa conexão vai ser importante no conceito futuro da rede 5G no Brasil, quando a cobertura ainda for restrita. Às vezes você estará em uma região onde você não tem a cobertura total da quinta geração, mas você tem o 5G DSS que ajuda nessa continuidade de conexão”, afirmou Leonardo Capdeville, da TIM.

A promessa das operadoras que oferecem esse serviço no Brasil é de velocidades que chegam a 500 Mbps. No uso do dia a dia, os valores são menores, mas superam a média da velocidade do 4G (19,8 Mbps).

A disponibilidade da tecnologia, no entanto, ainda é limitada: somente alguns bairros de poucas cidades possuem essa conexão.

Novas frequências do 5G no Brasil

Com o leilão realizado pela Anatel em novembro de 2021, estão disponíveis novas frequências do 5G no Brasil. Entre elas, a faixa 3,5 GHz (também conhecida como n78), que permite uma largura de banda maior que as demais.

Na prática, isso significa que mais informações poderão ser transmitidas entre a rede e o dispositivo por essa faixa. Consequentemente, a velocidade dos dados também será maior. Essa frequência poderá ser disponibilizada de duas formas: a non-standalone (NSA) e a standalone (SA).

No 5G NSA (non-standalone), ainda será necessário conversar com uma frequência 4G para autenticação de alguns registros. O registro principal é estabelecido em 4G (âncora) e a rede adiciona um ou mais componentes em 5G, o que permite alcançar altas taxas de transferência de dados (download e upload).

Por sua vez, o 5G SA (standalone) foi desenvolvido para ser implementado em lugares mais controlados, como ambientes de manufatura. Nesses locais, os dispositivos conectados conversam entre si em 5G com velocidade igual à do NSA, porém com menor latência.

Informação importante: o que significam Mbps, Gbps, MHz e GHz?

  • Hz: hertz, é a unidade de medida de frequência de ondas e equivale a um ciclo por segundo.
  • MHz: megahertz, representa 1 milhão de hertz (1 milhão de ciclos por segundo).
  • GHz: gigahertz, representa 1 bilhão de hertz (1 bilhão de ciclos por segundo).
  • Bps: bits por segundo, é a menor unidade medida de transmissão de dados por segundo.
  • Mbps: megabits por segundo, representa 1 milhão de bits por segundo.
  • Gbps: gigabits por segundo, representa 1 bilhão de bits por segundo.

As faixas do 5G são as frequências em que a rede opera. Uma analogia frequente para explicar as faixas são rodovias no ar por onde circulam os dados de internet.

É isso que foi leiloado pelo governo brasileiro e permitirá que as operadoras passem a oferecer a conexão.

No Brasil, foram leiloadas as faixas de frequência em quatro bandas: 700 MHz; 2,3 GHz; 3,5 GHz e 26 GHz.

As principais faixas para o 5G no Brasil serão:

  • 3,5 GHz, que permitirão conexões rápidas em longo alcance;
  • 26 GHz, chamada de faixa milimétrica e que vai permitir as aplicações com tempo mínimo de resposta, mas que exige a instalação de mais antenas por ter um alcance de sinal limitado.

A exigência de mais antenas na faixa de 26 GHz e as demandas de cobertura da Anatel são vistas como desafios pelo setor de telecomunicações, pois as regras para a instalação delas são definidas por cada município.

Em 2020 um decreto presidencial regulamentou alguns aspectos, como o silêncio positivo, que permite a instalação dos equipamentos após 60 dias caso não haja manifestação por parte de órgãos ou entidades municipais – desde que o pedido siga em conformidade com a legislação.

O que as antenas parabólicas têm a ver com 5G no Brasil?

O sinal de parabólicas hoje ocupa uma das faixas de frequência que serão do 5G no Brasil.

A Anatel determinou que esse sinal passe da banda C (faixa de 3,5 GHz), que será usada no 5G no Brasil, para a banda Ku (outra faixa, que opera entre 10,7 GHz e 18 GHz).

A transferência inclui a distribuição e instalação de kits que permitam a recepção do sinal de TV aberta transmitido nessa banda Ku. Ou seja, a antena parabólica será substituída nas casas das pessoas por um outro equipamento que vai garantir o sinal de TV.

As operadoras de telecomunicações vão financiar a troca das velhas antenas por novas, menores, que operam em outra frequência, para beneficiários de programas de baixa renda que fazem parte do Cadastro Únido do governo (CadÚnico).

O processo vai ser parecido com aquele que aconteceu quando houve a troca do sistema da TV analógica para a TV digital. A distribuição será de responsabilidade de uma entidade criada pelo governo federal.

Diferenças para o usuário (NSA e SA)

Para os usuários de smartphones, a diferença entre a experiência do NSA e o SA é mínima. Mas o standalone é essencial para tarefas como cirurgias a distância e também para o desenvolvimento da internet das coisas (IoT, na sigla em inglês) no Brasil.

As redes SA que estão sendo construídas pelas operadoras após o leilão vão baratear os dispositivos IoT, que não precisarão mais ser compatíveis com outras frequências e usarão apenas uma antena.

Os smartphones, por sua vez, precisam dessa redundância de conectividade para continuar funcionando. Por exemplo, um celular compatível apenas com 5G não tem utilidade em uma área fora dessa cobertura.

O quanto o 5G no Brasil é melhor que o 4G (na prática)?

A média da velocidade 4G no Brasil entre as quatro maiores operadoras é de 17,1 Mbps (megabits por segundo), de acordo com um relatório da consultoria OpenSignal de maio de 2021.

O valor pode variar de região para região, da prestadora do serviço e até mesmo do horário em que uma pessoa acessa a rede.

Uma conexão 4G com excelente performance chega a próximo 100 Mbps, segundo Leonardo Capdeville, chefe de inovação tecnológica da TIM, uma das vencedoras da principal faixa leiloada.

O 5G, por sua vez, pode chegar à velocidade entre 1 e 10 Gbps – uma diferença de 100 vezes ou mais em relação ao 4G.

“Se fizermos uma analogia com o mundo real, 100 vezes mais rápido é a diferença de velocidade entre um ciclista de alta perfomance e um caça de guerra”, afirmou Capdeville.

Nem sempre o 5G vai atingir as velocidades absolutas, mas a melhora pode ser significativa.

Essa diferença diz respeito somente à velocidade. Mas o 5G também promete baixa latência, ou seja, um tempo mínimo de resposta entre um aparelho e os servidores de internet – aquele “delay” que acontece em ligações em vídeo, quando é preciso esperar uns segundos até que a pessoa do outro lado veja e ouça o que falamos.

No 4G, quando é muito boa a latência, ela é de 50 a 70 milissegundos. No 5G, pode ficar de 1 a 5 milissegundos. Estamos falando em reduzir numa ordem de 10 vezes o tempo que uma informação leva para percorrer a rede.

Outra característica do 5G no Brasil que difere das gerações de rede anteriores é que ele poderá lidar com muito mais dispositivos ligados ao mesmo tempo. A conexão também será mais confiável, pois um aparelho vai poder se conectar com mais de uma antena ao mesmo tempo.

O 4G vai acabar? Vai substituir a internet fixa?

Não!

Os celulares atuais continuarão funcionando nas redes 4G, 3G e 2G. Essas conexões não deixarão de funcionar.

Embora o 5G seja muito potente e prometa velocidades maiores até do que as que temos em casa, a tendência é que a rede móvel sirva como um complemento. Para conectar lâmpadas, aspiradores de pó, geladeiras, entre dezenas de outras coisas, o Wi-Fi ainda será a ponte para a internet.

“Para o 5G oferecer a velocidade, é preciso também chegar com a fibra óptica na antena”, explicou Eduardo Tude, presidente da Teleco, empresa de consultoria de telecomunicações.

Para o executivo, a internet fixa vai melhorar independente do 5G no Brasil. A necessidade de se instalar mais cabos de fibra óptica nas cidades pode acelerar toda a infraestrutura.

O que o 5G vai permitir?

Essas melhorias de velocidade, tempo de resposta e confiança na rede prometem abrir um leque de aplicações, segundo especialistas.

Tecnologias como os carros autônomos e a telemedicina devem avançar com o 5G, bem como a chamada “indústria 4.0” com toda a linha de produção automatizada. Cirurgias feitas remotamente, por exemplo, serão mais confiáveis quando a rede oferecer um tempo de resposta mínimo.

Wilson Cardoso, membro do Instituto dos Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE) e diretor de soluções da Nokia na América Latina, lembra de usos da internet que passaram a ser possíveis com o 4G e faz um paralelo com a novidade.

“Não tínhamos Uber no 3G porque as características que o Uber pede, de localização, de velocidade, não estavam disponíveis. Essas aplicações surgiram com as redes 4G espalhadas. Quando tivermos as redes 5G difundidas, teremos sensores e novas aplicações”, afirmou.

É o caso dos carros autônomos. Eles já existem, mas o tempo de resposta do 4G ainda não é veloz o suficiente para evitar acidentes em situações extremas, além de não suportar tantos dispositivos conectados ao mesmo tempo.

O 5G no Brasil também pode revolucionar o próprio smartphone, já que as altas velocidades permitiriam que muito do processamento de tarefas deixe de acontecer no chip do aparelho e passe a ser na nuvem, pegando emprestado a potência dos computadores. O mesmo pode acontecer com acessórios médicos, com pulseiras e relógios conectados.

Em termos práticos e do dia a dia, as videochamadas devem se tornar mais claras, a experiência de jogos on-line também deve ser aprimorada, as transmissões de vídeo ao vivo devem travar menos e perder o sinal em meio a uma multidão não deve mais acontecer.

Quando o 5G estará disponível para todos os brasileiros?

Ainda vai levar um tempo. A expectativa é que ainda sejam precisos de 2 a 4 anos, para que o 5G no Brasil esteja efetivamente disponível em diversos bairros das maiores cidades do país.

No edital do leilão, que foi aprovado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), estava previsto que o 5G deve funcionar nas 26 capitais do Brasil e no Distrito Federal em julho de 2022, mas isso também não significa que essas cidades oferecerão a frequência em todos os lugares.

Em uma audiência na Câmara dos Deputados em setembro, um dos ministros do Tribunal de Contas da União (TCU), Aroldo Cedraz, afirmou que a promessa de o 5G a todas as capitais do país até julho de 2022 é para “inglês ver”.

Isso porque o edital do 5G no Brasil previa a instalação de poucas estações rádio base, que são as antenas. Desse modo, o sinal da internet móvel de quinta geração ficaria restrito a uma pequena área das capitais, não cobrindo toda a área das cidades.

Além disso, conforme prevê Cedraz, ministro do TCU, o 5G no Brasil vai exigir muito mais antenas para entregar todo o seu potencial – uma preocupação das empresas, já que as regras para instalação dos equipamentos são definidas por cada município.

A Anatel prevê que se instale mais estações rádio base (ERB) – ou antenas – nas cidades, com o passar do tempo. Na prática, é isso o que garantirá cobertura de sinal 5G no Brasil.

Veja o cronograma:

  • 31 de julho de 2022: capitais e Distrito Federal tendo uma ERB a cada 100 mil habitantes.
  • 31 de julho de 2023: capitais e Distrito Federal tendo uma ERB a cada 50 mil habitantes.
  • 31 de julho de 2024: capitais e Distrito Federal tendo uma ERB a cada 30 mil habitantes.
  • 31 de julho de 2025: capitais e Distrito Federal e cidades com mais de 500 mil habitantes tendo uma ERB a cada 10 mil habitantes.
  • 31 de julho de 2026: cidades com mais de 200 mil habitantes tendo uma ERB a cada 15 mil habitantes.
  • 31 de julho de 2027: cidades com mais de 100 mil habitantes tendo uma ERB a cada 15 mil habitantes.
  • 31 de julho de 2028: pelo menos 50% das cidades com mais de 30 mil habitantes tendo uma ERB a cada 15 mil habitantes.
  • 31 de julho de 2029: todas as cidades com mais de 30 mil habitantes tendo uma ERB a cada 15 mil habitantes.

Nos municípios com até 30 mil habitantes, a Anatel determina a instalação de até cinco estações rádio base, conforme o tamanho da população.

Veja o cronograma para estas cidades:

  • 31 de dezembro de 2026: 30% dos municípios com até 30 mil habitantes.
  • 31 de dezembro de 2027: 60% dos municípios com até 30 mil habitantes.
  • 31 de dezembro de 2028: 90% dos municípios com até 30 mil habitantes.
  • 31 de dezembro de 2029: 100% dos municípios com até 30 mil habitantes.

Arrecadação com o leilão do 5G no Brasil

O leilão das quatro faixas movimentou R$46,7 bilhões. O valor ficou abaixo do esperado pela Anatel, que estimava movimentar R$49,7 bilhões. A projeção já havia sido revisada pela agência a pedido do Tribunal de Contas da União, que viu erros na precificação inicial.

Do total movimentado no leilão, R$7,4 bilhões são de outorga, mas essa quantia não necessariamente vai para o caixa governo. O edital prevê que parte do ágio, isto é, o valor pago pelas empresas acima do preço mínimo de cada lote, será transformado em novos compromissos de investimento.

O que o governo quer como contrapartida do leilão?

Para permitir a instalação do 5G no Brasil, o governo federal determinou contrapartidas para cada passo dessa empreitada. Elas estão atreladas às faixas.

Cada uma das bandas (700 MHz; 2,3 GHz; 3,5 GHz e 26 GHz) que foram leiloadas tem retornos específicos:

700 MHz

  • Instalar antenas 4G ou superior nas cidades e trechos de estradas previstos em portaria do Ministério das Comunicações até 2025. As rodovias selecionadas para receber o sinal foram as consideradas estratégicas para o transporte de passageiros e para o escoamento da produção agropecuária, como a BR-163, BR-364, BR-242, BR-135, BR-101 e BR-116.

2,3 GHz

  • Cobrir com tecnologia 4G ou superior, 95% da área urbana dos municípios com menos de 30 mil habitantes e que não possuem 4G.
  • Atender localidades previstas em edital com antenas 4G ou superior.

3,5 GHz

  • Construir backhaul (rede hierárquica de telecomunicações responsável por fazer a ligação entre o núcleo da rede e sub-redes periféricas) em uma lista de cidades até 2025. Essa demanda prevê levar fibra óptica a cidades atualmente sem esse tipo de infraestrutura.
  • Para os lotes nacionais, as empresas deverão instalar antenas 5G em cidades com 30 mil habitantes ou mais até o julho de 2029.
  • Para lotes regionais será obrigatório a instalação de antenas 5G nos municípios com menos de 30 mil habitantes até o final de 2029.
  • Pagar pela limpeza da faixa ocupada pelo sinal de parabólicas e transferência das operadoras de TV para a banda Ku.
  • Instalar rede de fibra óptica, via fluvial na região amazônica.
  • Construção de rede privada de comunicação para a administração pública federal.

26 GHz

  • Levar internet móvel às escolas públicas de educação básica. As metas e prazos dessa contrapartida ainda não estão definidos.

12 capitais brasileiras já podem receber a conexão

Segundo o Ministério das Comunicações, 12 capitais brasileiras já estão totalmente prontas em termos de infraestrutura e legislação para receber a quinta geração de internet móvel, o 5G no Brasil. Ainda em 2022, oito capitais da região Nordeste também devem passar a contar com a conexão de alta velocidade.

Para que a implementação do 5G ocorra de forma efetiva no território brasileiro, é importante que haja adequação de leis municipais e da instalação de infraestrutura adequada para o funcionamento da tecnologia. Até 17 de janeiro de 2022, somente 1% dos municípios haviam entrado em acordo com a Lei Geral das Antenas.

Veja as capitais que estão em dia com a implementação do 5G no Brasil:

  • Brasília (DF)
  • Curitiba (PR)
  • Florianópolis (SC)
  • Fortaleza (CE)
  • Natal (RN)
  • Palmas (TO)
  • Porto Alegre (RS)
  • Rio de Janeiro (RJ)
  • São Paulo (SP)
  • Vitória (ES)
  • Aracaju (SE)
  • Boa Vista (RR)

O prazo para o processo de adequação às leis do 5G no Brasil vai até 2029. A responsabilidade de fiscalização e regulamentação das antenas que serão instaladas é da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que participará de todo o processo de transição da atual rede de antenas para o novo padrão.

A instalação das novas antenas do 5G no Brasil difere significativamente das tecnologias anteriores, já que necessitam de densidade maior de replicadores de sinal. Os grandes centros urbanos terão uma antena para cada 100 mil habitantes – número 10 vezes maior do que o usado atualmente no padrão 4G.

Vale lembrar que, de acordo com os termos do leilão do 5G no Brasil, as empresas que arremataram as concessões de uso das bandas ampliarão para 100% do território nacional a cobertura do 4G.

8 capitais da região Nordeste terão conexão de nova geração em 2022

Enquanto o governo de São Paulo lança programas para acelerar a chegada da cobertura 5G ao estado, o Ministério das Comunicações confirmou que 8 capitais da região Nordeste terão acesso à nova rede em 2022.

O projeto de ampliação da cobertura 5G no Brasil atenderá as capitais dos seguintes estados em 2022:

  • Bahia
  • Alagoas
  • Ceará
  • Maranhão
  • Paraíba
  • Pernambuco
  • Piauí
  • Rio Grande do Norte
  • Sergipe

A cobertura 5G no Brasil deve chegar para todas elas até julho deste ano, as próximas a receber a cobertura de nova geração serão as cidades com mais de 500 mil habitantes de forma gradual até o início de 2023.

Além disso, municípios que não tem nenhuma cobertura, 776 trechos de rodovias federais que passam pelos estados nordestinos também receberão cobertura 4G de forma escalonada, o que compreende 11,2 mil quilômetros de estradas. A previsão é que a infraestrutura seja instalada nas rodovias até 2029.

Por fim, as operadoras que arremataram lotes do 5G no leilão têm a obrigação de levar a cobertura para 1.149 regiões do Nordeste que não são sedes municipais, além de 1.700 locais de todo o Brasil que devem ser priorizados, onde a conexão 4G é o novo padrão mínimo para todo o país.

O 5G vai funcionar no celular que eu já tenho?

Será preciso ter um celular compatível com a tecnologia 5G. Dentre os que já são vendidos no Brasil, a maioria são modelos mais sofisticados, como o iPhone 13 e o Galaxy S21, na faixa dos R$6 mil ou mais.

Há outros modelos menos potentes à venda, como o Samsung Galaxy A32 5G e Motorola Moto G50 5G, na faixa dos R$2.000,00. Com o tempo, a tendência é que todos incorporem a compatibilidade, assim como aconteceu com o 4G.

Vai ser mais caro?

As operadoras geralmente não oferecem acesso exclusivo a um tipo de tecnologia de rede, mas cobram pela franquia de dados utilizada.

As empresas, porém, ainda não definiram se haverá reajustes nos preços de pacotes de dados, pois ainda vão levar meses até que a tecnologia esteja disponível.

O acesso ao 5G no Brasil deve ser mais restrito no início por dois motivos: uma cobertura menor, primeiramente centrada nas capitais, e a compatibilidade de poucos celulares – que atualmente são os mais caros do mercado.

O mapa do 5G no Brasil

Vencida a etapa do leilão das frequências de operação do 5G no Brasil, a expectativa é de que as capitais dos estados sejam as primeiras a terem a tecnologia em operação. A data prevista para a chegada do 5G aos principais centros do país é 31 julho de 2022.

Será apenas a primeira linha de chegada de uma corrida pela construção de infraestrutura compatível com a quinta geração da internet móvel Brasil afora e que deve levar cobertura para todo o país até meados de 2029.

Cada estado brasileiro terá ao menos três operadoras licenciadas para fornecer o 5G no Brasil, entre outorgas regionais e nacional.

Onde cada operadora atuará no mapa do 5G no Brasil

O país terá quatro operadoras com outorga nacional. Às gigantes Claro, TIM e Vivo, conhecidas do brasileiro, se soma a novata Winity, relacionada ao fundo Pátria Investimentos.

No caso das outorgas regionais, a divisão do país também inclui as grandes teles, mas terá no jogo duas empresas de menor porte já atuantes no setor – Algar Telecom e Sercomtel – e mais quatro entrantes, como são chamadas companhias que vão ingressar no segmento com o fornecimento do 5G: Brisanet, Cloud2U, Consórcio 5G Sul (formado por Copel Telecom e Unifique) e Neko.

Cada uma das operadoras terá área de cobertura definida a partir dos lotes arrematados no leilão realizado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), com sobreposições:

  • Algar Telecom oferecerá o serviço de 5G no sul de Minas Gerais, no Triângulo Mineiro e em localidades dos estados de Goiás, Mato Grosso do Sul e São Paulo.
  • Brisanet será responsável pelo serviço nas regiões Nordeste e Centro-Oeste.
  • Claro garantiu atuação em todos os estados das regiões Norte, Centro-Oeste e Sul e também no estado de São Paulo e em localidades dos estados de Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Goiás.
  • Cloud2U terá outorga para operar o 5G nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e no Espírito Santo.
  • Consórcio 5G levará a tecnologia para a região Sul.
  • Neko garantiu atuação no estado de São Paulo.
  • Sercomtel vai atuar na região Norte e no estado de São Paulo.
  • TIM ficou com toda a região Sul e estados do Sudeste.
  • Vivo prestará o serviço nas regiões Norte, Centro-Oeste e Sudeste.

Inicialmente, o mapa do 5G contaria também com a Fly Link, mas a companhia desistiu do lote arrematado durante o leilão. A decisão foi comunicada à Anatel e é passível de multa, conforme previsto no edital. Segundo a reguladora, a desistência não implica em prejuízos para o leilão ou o fornecimento do 5G no Brasil.

A chegada do 5G no Brasil carrega expectativa de aumento na produtividade, redução de custos e surgimento de novos modelos de negócios com capacidade de alavancar o PIB brasileiros em US$1,2 trilhão até o ano de 2035.

Com mais velocidade e baixo tempo de resposta, a nova tecnologia deve permitir aplicações inovadoras especialmente no setor produtivo, estimulando, assim, crescimento econômico a partir do acesso amplo às soluções atingidas pelas redes móveis, que passarão a garantir mais conectividade de dispositivos.

De acordo com o estudo da consultoria Omdia para a Nokia, os principais setores a serem beneficiados pelo 5G no Brasil são tecnologia da informação, governo, manufatura, serviços, varejo, agricultura e mineração.

O fato é: não importa o tipo de 5G utilizado, essa rede trará inúmeros benefícios para a sociedade brasileira como um todo, seja pela ampliação da área de cobertura, seja pela conectividade super-rápida que os consumidores passarão a ter.

Os usuários poderão desfrutar dos benefícios já com o DSS e com o NSA. Os aparelhos compatíveis com o 5G já estão disponíveis no mercado brasileiro e não apenas nos segmentos premium. Sinal de que, logo, o brasileiro vai aproveitar todo o potencial do 5G por aqui.

E se você é um provedor, já é hora de ter sua rede bem estruturada para que não só em 2022, mas nos próximos anos consiga ampliar seu potencial de atendimento com as grandes oportunidades que estão surgindo.

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