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Mapeamento e planejamento de projeto FTTH

Elaborar um projeto de rede óptica FTTH (Fiber to the Home) requer alguns cuidados que nem sempre os provedores que estão iniciando conhecem. Trata-se de um processo cheio de detalhes que, se não forem observados adequadamente, podem levar a erros e, consequentemente, prejuízo para o provedor.


A elaboração do projeto FTTH é uma etapa essencial para o provedor dimensionar o investimento financeiro necessário, a área de atuação, analisar a concorrência, estruturar a rede na área, saber quais equipamentos vai precisar, além de outros pontos importantes.

Você está começando o seu projeto FTTH e está sentindo dificuldade de elaborá-lo de maneira eficiente, sem gastos desnecessários? Preparamos este artigo para te ajudar nessa tarefa. Confira!

Como funciona o projeto de redes para provedores?

Um projeto FTTH para provedores de serviço de internet elabora todos os elementos (sejam eles ativos, passivos, cabos, maquinários, equipamentos, entre outros) que serão utilizados para a geração das conexões de rede, planejando sua estruturação completa.

Ele é um documento devidamente detalhado, apresentando cada etapa necessária para as conexões dos cabos de fibra ótica e atendimento, permitindo que os gestores responsáveis possam ter consciência de todos os processos (isso pode ocorrer por meio do mapeamento, por exemplo) para sua implementação, bem como prever quais pontos necessitarão de manutenções constantes no futuro.

Oferece, assim, informações estratégicas importantes para os gestores, visando à otimização dos processos internos e um maior controle da sua infraestrutura de rede.

Qual a sua importância?

O projeto FTTH  para provedores precisa ser devidamente estruturado com um documento eficiente, sem economizar no processo. Esse é um erro comum de alguns empreendedores iniciantes, que querem fazer projetos sem os devidos cuidados para viabilizar a abertura do negócio rapidamente.

Porém, a tentativa de acelerar esse processo pode gerar um projeto FTTH mal elaborado que, quando implementado, trará uma série de problemas no que diz respeito à manutenção e inviabilizará possíveis futuras expansões — ou as tornará mais custosas em longo prazo.

Isso porque o momento de expansão não pode gerar dividendos para a empresa, mas sim uma oportunidade de maximização dos lucros e potencialização na obtenção de novos clientes.

Além disso, esse tipo de projeto permite que a empresa consiga escalar o seu serviço ao longo do tempo. Assim, no momento em que for necessário realizar a expansão da sua rede, isso poderá ser feito sem maiores problemas, com um custo muito menor do que se o planejamento fosse mal realizado.

Lembre-se de que os Internet Service Providers (ISPs) regionais estão em constante crescimento e, portanto, lideram os índices de novas assinaturas de planos de internet. Por isso, não demorará para que essa expansão seja necessária em seu negócio, e ele deve estar pronto para a escalabilidade, quando for o momento.

Isso não é um achismo — a Abrint previa um crescimento acima de 20% no mercado de ISP em 2020. A pandemia causada pelo Coronavírus gerou um aumento ainda maior do que o esperado na demanda por serviços de provedores de internet. Isso ocorre, principalmente, porque os provedores regionais conseguem atender a uma demanda que as grandes operadoras não atendem.

Outro ponto que ressalta a importância de um projeto de redes para provedores é a experiência do usuário. Quando bem produzido, é possível que ocorra a personalização eficiente, de forma a direcionar serviços para as necessidades do seu cliente. Essa é uma demanda cada vez maior no mercado e que ganha fôlego no cenário atual.

Podemos, ainda, colocar como pontos fundamentais para demonstrar a importância do projeto de rede os seguintes:

  • fazer uma estimativa de potenciais assinantes na região que deseja atender, avaliando qual é a infraestrutura necessária para oferecer um serviço de qualidade para essas pessoas;
  • permitir tomar as medidas necessárias para aumentar a vida útil da rede;
  • permitir uma melhor qualidade de serviço;
  • gerar um tráfego seguro de dados;
  • gerar uma redução de gastos nos chamados técnicos, já que há uma maior eficiência no processo de identificação de problemas.

Mas como elaborar um projeto FTTH?

1. Defina uma área de cobertura

Essa primeira etapa é quando o provedor deve decidir qual é a área de cobertura em que ele vai construir o projeto FTTH.

É importante criar um projeto tendo como base um mapa do local. Nesse mapa, deve ser apontado o posicionamento dos postes, o número de clientes que será atendido pela rede, a localização do POP e qual será o tipo de serviço (banda).

Aqui, o recomendado é que no planejamento seja definida uma área mais ampla. Mesmo que o provedor não tenha intenção de desenvolver a rede em toda a área, assim fica mais fácil expandi-la no futuro, sem a necessidade de adequações.

Por exemplo, se o provedor pretende expandir a rede sem ter feito um planejamento da área de cobertura adequada, ele pode precisar desmontar e refazer a rede inteira ou até mesmo montar uma rede secundária, acima da rede existente. No entanto, essa não é a forma mais interessante do ponto de vista da ocupação de postes, que geralmente já estão todos lotados. Portanto, o provedor deve projetar para o futuro, planejando uma vida útil de pelo menos 15 anos para a rede.

2. Realize um estudo de campo

O segundo passo para a elaboração do projeto FTTH é um estudo de campo que analise o potencial de mercado da rede. Isso fará com que o provedor tenha uma ideia de quais são as necessidades e os desejos dos clientes. Assim é possível planejar como oferecer os serviços, de acordo com  o público que for atender.

É importante analisar toda a estrutura já existente na área pretendida para ter uma previsão real de como traçar os cabos e onde colocar as caixas de emenda óptica e de terminação. O estudo de campo também é fundamental para provisionar quantos assinantes o provedor terá naquela área de cobertura. Assim, poderá planejar com mais exatidão a porcentagem de casas onde prestará o serviço.

3. Defina uma taxa de atendimento para o seu projeto FTTH

A taxa de atendimento determina quanto da rede atenderá uma determinada área de cobertura. O mais comum em um projeto FTTH é uma taxa de atendimento de 50%, mas o mais recomendado é que o provedor determine essa taxa considerando o estudo de campo que realizou.

É importante atentar-se para não optar por uma taxa de atendimento muito baixa, menor que 30%. Isso porque, dessa forma, as caixas de atendimento ficam muito espaçadas, gerando uma sobrecarga do cabo drop.

Já quando a taxa de atendimento é acima de 50%, as caixas de atendimento ficam exageradamente próximas. Dessa forma, a rede fica com caixas CTO aglomeradas, sendo necessária uma quantidade maior de fibras nos cabos. Consequentemente, não há um bom desempenho, além de exigir altíssimo investimento inicial na infraestrutura.

Por isso, é fundamental calcular a taxa de atendimento ideal para o projeto FTTH, não apenas para o melhor desempenho da rede, mas também para garantir economia mensal com cabos drop. É importante considerar ainda que quanto mais concorrentes na área, menor deve ser a taxa de atendimento.

4. Defina a área de abrangência das caixas de atendimento

Definida a taxa de atendimento do projeto FTTH, o provedor precisa agora determinar a área de abrangência das caixas de atendimento, de acordo com o número de assinantes previsto no planejamento. Geralmente, um ramal conta com uma caixa de distribuição óptica, à qual são conectados até 8 cabos de atendimento, de acordo com o modelo da caixa.

Uma dúvida comum entre os provedores é quanto à quantidade de fibras no cabo. Para cada caixa, são necessárias no mínimo duas fibras. Ou seja, considerando que a evolução da infraestrutura da rede depende da fibra óptica ativa em cada caixa, o provedor deve ter uma fibra ativa para atender um splitter na CTO, sendo que esta deve permitir receber mais um splitter, havendo a necessidade de mais uma fibra. Por isso a necessidade de duas fibras para cada caixa.

Um modelo leva em consideração 8 ramais de atendimento, somando 64 caixas CTO, sendo possível a utilização de até 8 caixas de distribuição. É importante que seja considerado o menor consumo de drop possível.

Projeto FTTH

Portanto, elaborar um projeto de redes consistente é o primeiro passo para conseguir melhores resultados para o seu provedor. Quando bem elaborado, ele pode trazer melhores resultados para o negócio em longo prazo, tornando-o mais sólido e garantindo um processo de expansão mais seguro.

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